Dia Mundial do Meio Ambiente: vamos fazer nossa parte?

De um lado, prefeitos plantam árvores no Parque do Ibirapuera, o mais tradicional da capital paulista e talvez um dos locais de São Paulo que menos precisa de plantio de árvores. Do outro, pessoas acotovelando-se para driblar o colapso do transporte público provocado pela greve dos trens urbanos.

Entre a foto oficial e a dura realidade fica nossa consciência - e o largo espaço de ação que cada um de nós tem.

Porque preservar a natureza, respeitar o outro e fazer deste planeta e desta sociedade um lugar melhor para se viver depende, em última instância, das nossas decisões. Ok, você não é o prefeito! Mas, ainda assim, tem mais poder em suas mãos do que imagina. É certo que você não tem milhões de reais de orçamento à sua disposição, nem a máquina estatal, para colocar em prática as inúmeras soluções que - tenho certeza! - você já imaginou para o caos urbano, do lixo ao transporte, passando pela buraqueira nas ruas pelas quais você costuma passar.

Mas você vota. Conversa com seus amigos. Talvez tuite! E, certamente, consome. Pois saiba que consumir é um ato político. Você pode expressar uma opinião boicotando uma marca ou categoria de produto. Ao boicotar Arezzo, por exemplo, a sociedade sinalizou sua mudança de opinião a respeito do tratamento que é dado aos animais. Já a valorização das ações da Natura, que estão valendo mais que a Avon, mostra como a sociedade aprova quem se compromete com a sustentabilidade.

Por trás tanto do boicote, como da valorização, estão indivíduos que seguiram suas convicções e as transformaram em opção de mercado. Pessoas como eu e você que se informaram, refletiram e tomaram uma decisão. Pode ser a decisão de cobrar melhor transporte público - você paga pela passagem, portanto, é consumidor e tem direito a ter um serviço de qualidade! Ah, você não usa o transporte público... Pois saiba que, ainda assim, paga por ele com seus impostos. Aliás, paga por ele duas vezes: com a aquisição do veículo e do combustível necessário para fazê-lo rodar e com os impostos, tanto os diretos, como os que incidem na compra do automóvel e na bomba do posto.

Pode ser a decisão de cuidar de uma árvore: como mostrou reportagem do Estadão, muitas mudas plantadas pela cidade não resistem por causa dos maus tratos dos cidadãos.

E pode ser uma decisão de compra. Nesse caso, o primeiro passo é ler as embalagens dos produtos: nenhum canal de informação passa tantos dados como as tabelas, rótulos e listas de ingredientes. Prestar atenção nas informações do fabricante permitirá que você opte sempre pelos equipamentos que consomem menos energia, pelos que foram feitos com material reciclado ou cuja venda ajude comunidades carentes. Permitirá, ainda, notar se a embalagem em si não é um primor de desperdício - o que lhe ajudará a separar o joio do trigo, identificando os que falam, mas não praticam a preservação ambiental.

Como disse Zé Cláudio Ribeiro, assassinado na semana passada no Pará, "se você começar a dizer não para as madeiras duvidosas, que não tem origem, o mercado vai começar a enfraquecer e eles [madeireiros] vão ver que não tá dando mais resultado. Ou eles se encaixam dentro da lei ou fecham as portas. Agora, enquanto existir quem compre madeira ilegal, quem compre coisas ilegais vindas da florestas, isso vai continuar."

Então, #ficadica para comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente: transforme-o em uma vida inteira de cuidado com a casa que você e todos os que você ama habita - este planeta!

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