ATUALIZADO (várias vezes) NO DOMINGO, 14 DE JUNHO
As atualizaçoes continuam: segundo os twitters, são mais de 5000 por hora. Petições online são divulgadas, pedidos para que pessoas de outros países protestem em frente às embaixadas do Irã, informações sobre conflitos entre estudantes na Universidade de Teerã e a polícia, incluindo uma explosão ouvida nas mediações e carros pegando fogo, boatos de que Mousavi, o candidato da oposição está em prisão domiciliar: este é o resultado da pesquisa #iranelection no Twitter. Se no sábado, quando escrevi a primeira versão deste texto, nada disso estava confirmado pela imprensa, hoje já é possível encontrar máterias que confirmam boa parte das informações twittadas.
As eleições do Irã confirmaram o miniblog como uma incrível agência de notícias, direto da fonte para os leitores. Mas além de uma fonte de informações, o Twitter provou-se também um poderoso instrumento político. Ele está sendo usado para manter vivo o espírito de indignação dos iranianos contra o resultado das eleições e para insuflá-los a protestar nas ruas. O ritmo de atualizações é frenético. Pessoas de todo o mundo juntam-se a twitters que se identificam como iranianos. Não por acaso, o governo iraniano tem tentado cortar o acesso de seu povo à internet. Neste sábado, os iranianos saíram do Twitter às 21h20, horário de Brasília.
Antes disso, porém, os iranianos postaram inúmeras fotos e no Flickr e vídeos no Youtube. Ao compartilhar com o ocidente as informações e imagens dos protestos (ver vídeo abaixo), os iranianos acabaram influenciando diretamente a opinião pública ocidental - sem ter que passar por embaixadas, representantes, nada! Conversa direta, imagens diretamente de Teera para sua tela de computador:
Sensibilizados com os textos, as fotos e os vídeos, a opinião pública que frequenta o Twitter passou a cobrar a mídia: vários twitters dos EUA enviaram protestos às emissoras de TV (a CNN foi a mais citada - acho que o pessoal não esperava grande atenção por parte da FoxNews) criticando sua omissão na cobertura (indignação que se traduziu em vários tweets relacionando a crise da mídia com sua lentidão em perceber o que é relevante - e cobrir o fato rapidamente - desde sábado). Resultado: a imprensa internacional abriu mais espaço para o assunto. Mais vídeos com os protestos foram televisionados: note, no exemplo abaixo, como ele incorpora imagens de "cinegrafista amador". E passou também a se explicar: notícias sobre os embargos e filtros impostos pelo governo iraniano começaram a ser publicadas neste domingo. A BBC resolveu ser mais prática e publicou um "guia de navegação" com o que encontrou de melhor sobre as eleições do Irã nas várias mídias sociais
Por fim, apoiados pela mídia e pela opinião pública, hoje o governo norte-americano pela primeira vez questionou o resultado das eleições.
Se os marqueteiros do Obama já haviam impressionado o mundo com o uso das mídias sociais para ganhar uma eleição, agora é a vez da juventude iraniana (70% da população daquele país tem menos de 30 anos) mostrar como se faz política internacional pela rede mundial de computadores.
Bem vindo ao Século XXI! Ah, e use verde nesta segunda. Em favor da liberdade no Irã.
Silvia,
ResponderExcluirgrande post! O Twitter, assim como várias outras novas mídias, está "diminuindo" o mundo, rompendo fronteiras e barreiras. Muito bom! Tuca.