Para encerrar o ciclo de textos sobre as palestras da 12ª. edição do Congresso Brasileiro de Comunicação Corporativa, realizado esta semana em São Paulo, volto a escrever sobre a Alcoa – desta vez, sobre a palestra de Jack Bergen, vice-presidente mundial de Comunicação da empresa. Falando diretamente de Nova York, ele focou nos efeitos da crise econômica sobre a comunicação corporativa – e compartilhou percepções e dicas importantíssimas para quem trabalha na área.
Segundo Jack, a confiança nas empresas caiu em média 62% em todo o mundo. Na Islândia, ela caiu 83%. Nos Estados Unidos, 77%. Em linha com a tese da marolinha, no Brasil a queda foi de apenas 21%. O desafio dos profissionais de comuicação corporativa em todo o mundo, portanto, é reconquistar a confiança que a sociedade (e o governo, atualmente pressionado pela opinião pública para regular mais) depositava nas empresas. Ah, e nos seus presidentes, ou CEO´s também: em sua palestra, Jack falou que menos de um terço deles são considerados confiáveis.
Uma nova categoria de fontes de informação ganhou força com a crise econômica: os acadêmicos, os estudiosos, o pessoal das universidades, os especialistas. Estes foram os únicos a ganhar a confiança pública desde que a crise eclodiu. Porque junto com os CEOs, perderam credibilidade os analistas financeiros, os governantes e até as organizações não governamentais.
Dentro das empresas, quem tem mais credibilidade é o funcionário – ainda assim, apenas 40% (percentual que parece um paraíso quando comparado aos 13% de confiança que a publicidade das empresas desperta, ou dos 27% do contato direto com a gerência sênior).
Com base nesse cenário, Jack ofereceu uma saborosa “receita de bolo” para quem trabalha com comunicação:
• Trazer os especialistas para o lado das empresas – isso inclui os jornalistas, com quem as organizações precisam dialogar mais e melhor;
• Transforme seu presidente em um expert, em um pensador, em um especialista.
• Informe e engaje (argh!) seus colaboradores.
• Mantenha o diálogo contínuo com todas as partes interessadas.
Ah, sim: e faça tudo isso com transparência e, sobretudo, verdade – sem este último item, não há credibilidade.
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