O que fazer com o lixo?

Lugar de lixo é no lixo: esse senso comum está na raiz de um enorme problema ambiental que afeta as nações urbanizadas em todo o mundo. É para os lixões que vão cerca de 60% das 230 mil toneladas de lixo domiciliar e comercial geradas diariamente no Brasil, segundo os dados do IBGE (2002). Esse padrão, prevalente em vários países ao redor do mundo, começa a ser questionado face a iniciativas bem sucedidas na Comunidade Européia. Aos poucos, vai surgindo o conceito de GESTÃO DO LIXO.

Especialistas do Brasil e da Alemanha reunidosna Ecogerma – Feira de Negócios e Congresso sobre Tecnologias Sustentáveis, realizada em São Paulo pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, foram categóricos: em todas as nações urbanizadas, as soluções baseadas no descarte estão esgotadas e oferecem um risco ambiental concreto. Em outras palavras, não dá mais para contar com os lixões quando o assunto é lixo.

Como o problema é complexo, as soluções devem ser igualmente multifacetadas. Um dos caminhos é a adoção, por parte do setor produtivo, do conceito de Ciclo de Vida do Produto. Isso permite desenvolver produtos e serviços cuja produção tenha menor impacto ambiental e cujo descarte possa ser programado e integrado à cadeia produtiva.

Complementando essa visão, governos e empresas que lidam com a coleta do lixo precisam contar com um amplo cardápio de opções porque cada caso é um caso, dependendo da composição do lixo e das condições ambientais do local de descarte, apenas para citar alguns aspectos técnicos da questão. Esse menu de opções deve conter desde técnicas já conhecidas e até incorporadas por alguns setores da nossa sociedade, como a separação e reciclagem (o que permite não só o reaproveitamento da matéria prima, como também reduz a pressão sobre o transporte de lixo e eleva a vida útil das áreas de descarte), até a compostagem do lixo orgânico.

Mas para que isso funcione, é preciso que haja legislação. Na Europa, já existem leis que regulam o ciclo de vida do produto. A maioria das tecnologias de gestão de lixo está regulamentada. Aqui, a lei não faz sequer menção ao lixo eletrônico! A biorremediação de solos, por exemplo, que é uma verdadeira reciclagem de terras contaminadas, não pode ser usada muitas vezes porque não é reconhecida pela lei. Resultado: não há como determinar, do ponto de vista legal, se a terra pode ou não ser reutilizada, mesmo que os exames técnicos comprovem isso. Para piorar: sem lei, projetos de longo prazo tropeçam e, muitas vezes, caem a cada quatro anos, com as eleições.

3 comentários:

  1. Silvia, parabéns! Gostei bastante do seu blog. Boa sorte nessa nova fase!
    bjs, Érika Santa Cruz

    ResponderExcluir
  2. Obrigada pela força, Érika! Ainda hoje colocarei mais informações sobre o que está sendo apresentado aqui na Ecogerma.

    ResponderExcluir
  3. Ae auguem sabe o que os estados Unidos Unidos faz com o lixo reaproveitado se augue souber fala ai

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...