20 anos do Exxon Valdez

Hoje, 24 de março, completam-se 20 anos desde o acidente com o petroleiro Exxon Valdez, no Alasca. Boa parte da cobertura de imprensa foi direcionada para as lições aprendidas e não aprendidas com o acidente. Confira as principais conclusões:

1) A principal, mais grave e preocupante conclusão é que a toxicidade da região permanece alta, mesmo após 20 anos de trabalhos de recuperação. O monitoramento do solo e da água indica que os níveis de toxicidade resultante de alguns componentes do petróleo - especialmente hidrocarbonetos policíclos aromáticos, moléculas carcinogências que se ligam à gordura e, consequentemente, não se dissolvem na água - estão em níveis de toxicidade centenas, em alguns casos milhares de vezes abaixo do esperado. Ao contrário do que os cientistas previram inicialmente, será necessário mais que UM SÉCULO para o meio ambiente superar a contaminação do óleo.

2) Esse dado é particularmente preocupante, uma vez que apenas nos EUA uma quantidade seis vezes maior do que vazou do Exxon Valdez é jogada a cada ano no meio ambiente por meio de pequenos vazamentos em empresas e veículos que utilizam óleo. Sabe aquele óleo que caiu no chão e foi parar na boca de lobo, quando você foi trocar o óleo do garro no posto de gasolina? Pois é...

3) Apesar de todas as evidências sobre a fragilidade do ecossistema ártico (incluindo o fato de que algumas espécies de peixes afetadas pelo desastre não se recuperaram até hoje), os planos para exploração de petróleo na região, incluindo o Alasca, continuam (com todo o lobby das cias. petroleiras e o apoio da governadora Sarah Palim, a Barbie Caribu).

4) Uma boa notícia: o cruzamento dos dados de acidentes nos últimos 20 anos versus a quantidade de petróleo transportada indicam que essa atividade se tornou mais segura com a adoção de tanques com duplo revestimento. Atualmente, 79% da frota mundial de petroleiros adota esse modelo. Esta parece ter sido uma lição aprendida por todos, exceto...

5) A Exxon continua irresponsável: de acordo com a Bloomberg, ela ainda usa tanques de revestimento único (cujo banimento total está previsto para 2015, graças a um acordo de 151 países), correndo um risco acima da média de incorrer em outro grande acidente ambiental.

Abaixo, um vídeo produzido pela WWF sobre a atual situação na região do acidente.

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