Um donut ou o planeta: o que você escolhe?

O Primeiro Ministro do Canadá escolheu um Donut.... e acabou recebendo um sabão dos ambientalistas que acompanham a reunião interseccional que está acontecendo em Bangkok, na Tailândia, e que serve de preparação para a CoP15, a tão esperada conferência que poderá sancionar um novo acordo do clima. Quem conta a notícia é Juliana Russar, do projeto Adote um Negociador, diretamente de lá!

O prêmio Fóssil do Dia é dado pelas organizações não governamentais que acompanham o evento, para a delegação que mais atrapalha as negociações ou para os autores das “pérolas” que nada agregam ao processo. O objetivo é justamente dar visibilidade, causando constrangimento no premiado e, desta forma, tentar inibir as ações que podem contribuir para a obstrução do processo de negociação. E por que o Primeiro Ministro do Canadá foi escolhido? Porque ele foi visto em uma loja de Donuts, ao invés de ir na ONU discursar sobre clima. O prêmio foi entregue na embaixada do Canadá em Berlim por ativistas alemães. Confira o vídeo da entrega:





Outro observador brasileiro, Gaines Morrow Campbell, do Vitae Civilis, relatou que “a equipe de negociadores do Brasil é de primeira linha e o histórico das suas contribuições ao processo é notável. O maior problema do Brasil é a falta de coerência entre suas políticas domésticas e suas posições nas negociações. Brasil tem dito que aceite compromissos de redução de gases de efeito estufa mas o seu plano e metas de redução de emissões de desmatamento e degradação de florestas não é realista, além do mais as suas emissões em outros setores continuam a crescer. O Brasil defende o uso de energias alternativas mas reduz os impostos sobre a fabricação de automóveis. Brasil defende e se beneficia de uma matriz energética limpa fundada nas hidroelétricas mas inclui no Programa de Aceleração do Crescimento – PAC a construção de usinas termoelétricas e nucleares. Brasil defende o Fundo Amazônia para combater o desmatamento mas não se importa que os recursos da Noruega para o fundo têm sua origem nas suas receitas de exploração de petróleo. Assim, para entender as posições do Brasil nas negociações é preciso saber ler entre e por trás das linhas. “

Segundo Gaines, “As negociações vão focar, entre outras, nas questões que os líderes mundiais subscreveram em Nova York na semana passada: ações de adaptação às mudanças de clima, redução de emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento e degradação de florestas – REDD, transferência de recursos financeiros e tecnologia e capacitação. Além disso, vai-se buscar clareza sobre: a redução de emissões pelos países desenvolvidos, o nível de ambição dessas reduções e seus impactos nas economias de países desenvolvidos e em desenvolvimento; o uso da terra e mudanças de uso da terra e florestas (sigla LULUCF em inglês); identificação de novos gases de efeito estufa a serem incluídos no acordo de Copenhagen e, ainda, a definição de anos base para controle das reduções de emissões.”

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