Surge o conceito de Serviço Ambiental Urbano (e seu respectivo pagamento)

Somente 3% do lixo doméstico é reciclado. Quando se contabiliza o lixo industrial, esse percentual sobe para 11% - pouco mais da metade da meta do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que prevê 20% de resíduo reciclado em 2015. Estes dados foram apresentados pelo Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que anunciou hoje o pagamento para os catadores pelo serviço prestado ao reciclar lixo, assim como acontece com o pagamento por serviços ambientais realizado na floresta com o plantio de árvores.

O raciocínio faz sentido. Dentre os ganhos ambientais gerados pela coleta correta do lixo está a redução da quantidade de resíduos no ambiente, impedindo a poluição da água e do solo. Esse material é direcionado para locais em que podem ser reciclados e voltar a ser utilizados. Ao reinserir esse produto no mercado, economiza-se a energia que seria usada para a produção de novos materiais. Isso está diretamente relacionado a outro ganho ambiental, que é a redução de emissão de gases de efeito estufa.

O Pagamento por Serviços Ambientais Urbanos (PSAU) é uma iniciativa inédita no mundo que contará com aglumas salvaguardas para assegurar sua efetividade. Uma delas é a parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que irá estudar quanto deverá ser pago por quantidade de material reciclado para garantir um preço justo pelo serviço prestado pelo catador. Outra é a garantia de preço mínimo para os produtos, de forma a evitar oscilações, como as que ocorreram em consequência da crise econômica e que afetaram diretamente os catadores em todo o Brasil.

O Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis estima que cerca de 1 milhão de catadores em todo o Brasil poderão ser beneficiados pela medida.

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