Há 10 anos, eu olhei para a frente e disse para mim mesma: antes dos 45, vou mudar minha vida (xi, entreguei a idade...). Foi quando começou minha busca por algo que desse sentido à minha vida. Sim, eu tenho essas frescuras de ter que ter um sentido para a vida! Não, ganhar dinheiro não é suficiente. Bom, eu olhei para fora, para dentro, para os lados... mas as peças custavam a se encaixar dentro de um plano lógico e seguro. Afinal de contas, eu achava que tinha muito a perder se fizesse a jogada errada!
O que eu não percebi é que a partir do momento em que decidi mudar, eu já havia traçado meu caminho. A mudança interna foi colocada em curso. E quanto mais eu demorava a fazer as mudanças externas, maior a pressão (e a insatisfação, e o mau humor, e a TPM... rs!). A pressão crescia porque um novo ser se formava do lado de dentro, mas a pele continuava a mesma. Eu sei que a imagem é batida, mas eu realmente me senti como a lagarta dentro da crisálida, se transformando... até o momento em que a crisálida deixa de ser proteção e passa a ser limitação. Passa a incomodar. E exige rompimento. Renascimento.
O rompimento aconteceu no Rosh Hashanah do ano passado. No exato instante em que o sol se punha no horizonte, o piloto anunciou que estávamos entrando no espaço aéreo de Israel. Acredite: foi uma emoção muito grande! Se eu tinha alguma dúvida de que aquela viagem representava o início de um novo ano na minha vida, o destino se encarregou de esclarecer. E de repente, tudo começou a fazer sentido e naturalmente eu comecei a mudar tudo na minha vida: hábitos, estudos, trabalho, projetos de vida... Consegui diminuir sensivelmente a quantidade de chocolate que como! Sou praticamente uma ex-chocólatra! risos!
Ok, aconteceram uns contratempos aqui e ali. Teve um relacionamento lindo que tomou um rumo inesperado. Mas que sobreviveu à mudança, provando que valeu cada segundo de emoção que investi nele - provando, principalmente, que é amor e que amor pode ser compartilhado de diversas formas. Teve também um ciclo profissional de 20 anos que se encerrou de forma muito tosca! Mas olhando para trás, vejo que foi o jeito como a vida me ensinou o desapego.
Enfim, foi um ano em que a mão de(a) Deus(a) se fez presente na minha vida. E cuja presença eu quero agradecer. Foi um ano em que eu VIVI, depois de tanto tempo apenas sobrevivendo, anestesiada das emoções. Sim, fui mais feliz. Mas também senti mais a tristeza, a solidão... Optar pela vida é optar pelo sentimento: traz mais alegria, mas também nos deixa mais sensíveis ao sofrimento. Nos deixa mais humanos (portanto menos autômatos, menos máquinas).
Obrigada a você que passa aqui no meu blog e acompanha meus textos. Obrigada a todos que me ajudaram neste ano. Shana tová: o ano novo começa no por do sol desta sexta. E eu quero começar a comemorá-lo desde já!
Muito feliz por vc!
ResponderExcluirDeveria escrever um livro,viu?
FIca ai minha sugestão.
Grande bjo e Shana Tova p vc tb! rs
Poxa!!! Mas é isso aí, às vezes precisamos da um passo para o lado ou um passo para trás para percebemos que estávamos batendo em uma mesma parede por tanto tempo. Legal que você teve coragem e se permitiu essa oportunidade.
ResponderExcluirBeijão e felicidades em sua jornada