Estudo do WWF-Brasil mostra que é possível aumentar significativamente a área agrícola no país respeitando-se o Código Florestal e sem desmatar a Amazônia e o Cerrado desde que haja uma política efetiva de incentivo à conversão de pastagens degradadas em áreas agrícolas. Porém, se tudo continuar como hoje, deve haver desmatamento no Cerrado de aproximadamente 10 milhões de hectares nos próximos 10 anos para a produção de grãos e cana-de-açúcar.
O documento intitulado "Impacto do mercado mundial de biocombustíveis na expansão da agricultura brasileira e suas consequências para as mudanças climáticas" relaciona o crescimento de demanda por biocombustíveis com a expansão agrícola no Brasil, quantificando a área e apontando as regiões de expansão. Em estados como Maranhão e Piauí poderá haver redução de cerca de 30% na cobertura vegetal nativa. As áreas a serem desmatadas projetadas pelo estudo podem ser ainda maiores se o Código Florestal não for cumprido. Mesmo que se expanda o plantio dessas matérias-primas cumprindo com o Código Florestal vigente, haverá perda de biodiversidade e emissão de gases de efeito estufa.
A solução, segundo o WWF-Brasil, é expandir o cultivo de biocombustíveis apenas em áreas de pastagens degradadas e aumentar a produtividade nas áreas já estabelecidas. Os números do estudo afirmam que há aproximadamente 200 milhões de hectares de pastagens no Brasil, sendo que 30% dessas terras estariam degradadas. A área agrícola total atual brasileira é de cerca de 70 milhões de hectares. Portanto, somente com a recuperação das pastagens degradas para uso agrícola seria possível dobrar a área da agricultura nacional.
Não aumentar o desmatamento é fundamental quando o assunto é mudanças climáticas, pois a derrubada e a queimada de florestas correspondem a 75% das emissões brasileiras de gases de efeito estufa. Por causa do desmatamento, o Brasil é hoje o quarto maior emissor do planeta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário