Babilônia depredada

O site arqueológico da Babilônia – sim, aquela dos Jardins Suspensos – foi consideravelmente danificado por seu uso como base militar pelo exército americano. Se seu Google Maps ainda não se localizou, estamos falando do Iraque: há milhares de ano, foi lá que floresceram as primeiras grandes civilizações que moldariam os valores do que hoje convencionamos chamar de “ocidente”. Pois foi nos locais cavado por arqueólogos a 90 km ao sul de Bagdá, já identificados e comprovados como patrimônio da humanidade que as forças de coalizão (entenda-se EUA, Inglaterra, etc.) resolveram montar suas bases durante a guerra do Iraque em 2003 e 2004. Lindo, não? Seria o mesmo que montar uma base militar ativa, ou seja, durante uma guerra, ao redor das Pirâmides, por exemplo. Ou do Coliseu.

Será que a mente brilhante que optou por esse local para a base achou que os soldados não seriam atacados ali por alguma sensibilidade histórica dos iraquianos? Se pensou isso, foi mais generosos com o inimigo do que com as próprias bases: pois os danos relatados pela UNESCO foram protagonizados pelos valorosos soldados ocidentais na forma de escavações, nivelações, cortes e arranhões que provocaram dano considerável ao que resta do Portão de Ishtar (ou Astarte), o Caminho das Procissões e outras estruturas de grande importância arqueológica. Boa parte do que restou do antigo reino de Nabucodonosor e Hamurabi ainda não foi escavada (ufa!), já que todas as ações militares no Iraque danificaram o que foi descoberto.

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