Na luta por um mundo com menores emissões de gás carbônico, várias fronteiras já foram identificadas e algumas até cruzadas. É o caso das emissões por desmatamento, causa número um da pegada de carbono do Brasil: plenamente reconhecida, embora não combatida na mesma proporção. Ou das emissões geradas pelo uso de combustíveis fósseis na geração de energia elétrica, fonte prevalente no caso de grandes emissores como EUA, Índia e China. Mas novos estudos estão começando a identificar uma outra fronteira que teremos que cruzar: a do paradigma (desejo?) do transporte individual.
Estudo conduzido por Christopher Jones e Daniel Kammen do Renewable and Appropriate Energy Laboratory (RAEL) da Universidade da Califórnia em Berkeley mostra claramente que a principal causa de emissões de gás carbônico nos EUA são os carros -- e a distância por eles percorrida. Os autores analisaram dados de 28 comunidades em todo o país e concluíram que não há nada que leve à tanta geração de CO2 na vida de uma família como seus carros.
Como naquele país o padrão é de carros grandes e beberrões, os autores sugerem a troca por modelos mais econômicos. Segundo Christopher Jones, no caso da Califórnia, conseguir rodar 40 milhas por galão de combustível, ao invés de 20 milhas, reduz tanta emissão de CO2 como se a pessoa tivesse colocado painéis solares em todo o telhado de sua casa.
O gráfico abaixo, resultante desse estudo, não dá margem a dúvidas:
Embora os dados que embasaram este estudo tenham sido coletados nos EUA, eles certamente se replicam em outros locais de hábitos prevalentemente urbanos, pois uma das características do nosso mundo globalizado é a semelhança do estilo de vida de quem mora em megacentros. Ou seja, é muito provável que a situação seja a mesma em São Paulo, Rio de Janeiro e até Florianópolis, a capital brasileira com maior índice de carros por habitante. Optar por modelos mais econômicos, reduzir seu uso ou, sempre que possível, optar pelo transporte público ou pela bike são alternativas práticas e viáveis para diminuirmos a poluição que começa a castigar a saúde de todos agora, na estação fria do ano. E para reduzir a emissão dos gases que estão alterando o clima do planeta.
Que tal? Topas a parada?
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