Telhados brancos realmente reduzem o aquecimento global?

Você já deve ter visto várias matérias falando que pintar os telhados de branco ajuda a reduzir o aquecimento global. Mas até que ponto isso é verdade?

O princípio é secular - objetos brancos absorvem menos calor que os escuros. É por isso que as casas nas ilhas gregas são todas brancas. Reter menos calor do sol representa menor necessidade de ar condicionado para resfriar ambientes: estudos demonstram que a presença de telhados claros reduz os custos com a utilização de tais aparelhos em 20% ou mais nos dias ensolarados.

Em termos globais, esse raciocínio faz muito sentido, já que na maioria dos países a eletricidade é gerada basicamente a partir da queima de petróleo e carvão. E já é quase consenso entre os cientistas que o clima está mudando em função do maior acúmulo dos gases causadores do efeito estufa na atmosfera. Art Rosenfeld, membro da Comissão Estadual de Energia da Califórnia que está em campanha pelos telhados brancos desde os anos 80, argumenta que se todos os telhados do mundo fossem claros, isso poderia representar uma redução do equivalente a 24 bilhões de toneladas em emissões de dióxidos de carbono nos próximos 20 anos. Isso equivale às emissões de todo o mundo no ano passado.

Mas nesse contexto, o Brasil é exceção, já que aqui a energia elétrica vem de fontes hídricas. Portanto, pintar o telhado de branco aqui só vale a pena se o objetivo for reduzir a conta da luz no final do mês – o que já é um benefício e tanto! Mas para quem mora em locais frios, mudar a cor do telhado é um tiro no pé, já que telhados reflexivos podem significar custos mais altos de aquecimento no inverno. Ou seja, nada de telhado branco na Serra Gaúcha ou em Campos do Jordão!

E o raciocínio do claro-escuro não precisa ficar restrito aos telhados: ainda na década de 90 a Associação Brasileira de Cimento Portland já tinha estudos que mostravam que a pavimentação de ruas e estradas concreto gera economia de energia elétrica na sua iluminação, em virtude do maior potencial reflexivo do concreto em comparação com o asfalto. O menor gasto com energia elétrica por parte do poder público reduziria a pressão pelo aumento de arrecadação de impostos. Porque tudo está interligado: economia, meio ambiente, pessoas. É assim que se pensa sustentavelmente.

Bom, agora você já sabe: se sua casa é em um lugar muito quente, vale a pena pintar o telhado de branco porque você vai economizar energia. Mas, no caso do Brasil, essa iniciativa não contribuirá para reduzir o aquecimento global.

Banco Mundial começa a analisar pegada de carbono de seus projetos

Pressão de ambientalistas + crise econômica = promessas de bom comportamento. Agora, é a vez do Banco Mundial declarar que passará a considerar a pegada de carbono dos projetos que analisa para financiar – prática já adotada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento. A instituição pretende trabalhar em colaboração com outros bancos de desenvolvimento no mundo para criar uma metodologia comum que permita projetar a quantidade de gases causadores do efeito estufa que será liberada pelos projetos que demandam financiamento. De acordo com o Banco Mundial, as análises servirão para incentivar os países em desenvolvimento a focarem em projetos de baixo carbono (caso vc não tenha notado, estamos falando de instituições que financiam países...).

Ainda não foi decidido se a pegada de carbono será contabilizada nos custos do projeto, processo conhecido no mercado financeiro como “shadow price”. Se isso ocorrer, confirmará a tendência de taxação do carbono lançada com o decreto ambiental do Obama, de cap-and-trade, que prevê taxação sobre produtos importados de países que não estão reduzindo suas emissões. Esta abordagem, bastante simpática aos militantes da esquerda, encontra apoio do presidente francês Sarcozy. Obviamente, trata-se de uma barreira não-tarifária disfarçada de boa intenção e que,na prática, reduz a competitividade dos países em desenvolvimento que não detêm tecnologia para fomentar uma economia de baixa emissão de carbono. A simples possibilidade de um encarecimento no financiamento pelo Banco Mundial, se vier a ocorrer, é mais uma pedra no caminho das nações emergentes e subdesenvolvidas.

A decisão sobre esse ponto virá somente depois da Conferência Internacional do Clima em Copenhagen, no final deste ano. Mais do que negociações sobre emissões, o que está em jogo é um novo arcabouço financeiro que poderá privilegiar investimentos em determinados setores, alterar a remuneração sobre o uso de determinadas tecnologias e consolidar novos mercados, como o de carbono. Por outro lado, os ambientalistas têm razão quando condenam o financiamento de projetos de grande impacto ambiental,como usinas elétricas movidas a carvão. Ocorre que outras formas de energia não têm um preço tão competitivo – por isso, obrigar um país a adotar fontes alternativas, que hoje têm um custo muito mais alto, acaba por lhe tirar a competitividade. Porque elas não estão concorrendo com outros investimentos, mas sim com outras plataformas energéticas já instaladas – e que geram energia por um custo muito mais baixo. Sem uma regulamentação que equilibre o mercado, o foco no investimento pode até ser politicamente correto, porém terá um efeito perverso.

Instituto Ethos lança Manual de Incorporação dos Critérios Essenciais de Responsabilidade Social Empresarial

O Instituto Ethos acaba de lançar o Manual de Incorporação dos Critérios Essenciais de Responsabilidade Social Empresarial. Produzido no âmbito do Programa Tear, ele pretende orientar as empresas na incorporação dos critérios de responsabilidade social empresarial (RSE) em sua gestão e administração, ajudando-as a estabelecer relações comerciais sustentáveis e socialmente responsáveis. A idéia é que o manual facilite a ampliação do objetivo básico do Programa Tear, que é a disseminação desses conceitos e, consequentemente, a ampliação das oportunidades de mercado para as pequenas e médias empresas.

De acordo com a publicação, os critérios essenciais de RSE estão agrupados em sete grandes áreas de interesse: direitos humanos; direitos das relações de trabalho; proteção das relações de consumo; meio ambiente; ética e transparência; diálogo/engajamento com stakeholders; e governança corporativa.

O manual busca ajudar a empresa a relacionar esses temas com suas atividades e orientá-la a implantar práticas responsáveis na gestão interna e nas relações comerciais. Na publicação, o leitor tem acesso a uma lista de documentos, instrumentos e fontes de referência que ampliam e esclarecem os conceitos de gestão sustentável. Cita exemplos de formas encontradas por diversas empresas para implantar práticas inerentes a cada critério e orienta a análise do grau de evolução em que se encontra a empresa, verificando sua consonância com as legislações e as autorregulações, certificáveis ou não, em cada tema e critério.

Ao fazer essa análise mais detalhada e sistêmica de seu negócio, a empresa poderá planejar-se, utilizando para isso os próprios critérios essenciais de RSE ou as diversas ferramentas de gestão para sustentabilidade que existem atualmente. Entre elas, o manual relaciona os critérios essenciais de RSE com três ferramentas complementares, de amplo alcance no Brasil: os Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial 2008, os Indicadores Ethos-Sebrae de Responsabilidade Social Empresarial para Micro e Pequenas Empresas 2007 e as Diretrizes para Relatório de Sustentabilidade 2006 GRI (G3), da Global Reporting Initiative (GRI).

China passa EUA e é hoje o maior emissor de CO2 no mundo

Em números per capita, as emissões de CO2 da China parecem inofensivas. Pudera: o país é o mais populoso do planeta. É também uma economia emergente, que cresce a taxas agressivas – e que tem no carvão a base prioritária de sua matriz energética. Não surpreende, portanto, que tenham alcançado o topo do ranking dos maiores emissores de CO2 do planeta, deixando os EUA em segundo lugar. Esta é uma das conclusões de relatório divulgado hoje pelo Greenpeace, que mostra ainda que graças à prevalência do carvão para gerar energia elétrica, as três maiores empresas de energia da China - Huaneng, Datang and Guodian - emitiram mais CO2 do que a Grã-Bretanha em 2008.

Ao todo, as 10 maiores empresas chinesas de energia, responsáveis por 60% do abastecimento do país, queimaram 590 milhões de toneladas de carvão, emitindo 1,14 bilhão de toneladas de CO2 na atmosfera. Com essa mesma quantidade de carvão, poderiam ter feito muito melhor: lá, são emitidos 752 gramas de CO2 por Kw/hora, enquanto no Japão são apenas 418 g.

O relatório reconhece que há um esforço para melhorar a eficiência do sistema: usinas de baixa eficiência, responsáveis por 54 gigawatts de energia, foram fechadas nos últimos anos. Para se ter uma idéia, esse total supera a capacidade instalada na Austrália. Matérias na mídia chinesa falam em investimentos entre US$ 200 bilhões e US$ 600 bilhões para limpar a matriz energética chinesa nos próximos anos. A Guodian, uma das 3 maiores empresas de energia da China, instalou no ano passado quase 3 gigawatts de energia eólica, tornando-se a maior empresa do segmento na Ásia. Ainda assim, permanece como exceção: somente 3 das 10 maiores empresas de energia da China produzem 10% ou mais de energia de fontes renováveis. E talvez por um tempo maior do que os próprios chineses gostariam: devido à falta de linhas de transmissão, bem como por uma performance abaixo do esperado, a energia eólica não está atendendo as expectativas projetadas.

Nova conduta do consumidor pode inspirar empresas






Matéria de Silvia Czaspi, para o Valor Econômico, publicada hoje no Especial Negócios Sustentáveis

Decidida a mergulhar no mundo da sustentabilidade, a socióloga Silvia Dias, diretora da consultoria Aviv , passou a estudar e aplicar uma nova conduta em seu cotidiano, relatando seus progressos pessoais num blog. Depois de ouvir uma palestra sobre o descarte correto de eletroeletrônicos usados, passou a se informar sobre o assunto e ficou decepcionada.

"A engenharia não faz produtos fáceis de serem desmontados. Isso inibe o surgimento de recicladores, que também enfrentam a dificuldade de lidar com uma miríade de materiais, alguns dos quais muito tóxicos", afirmou ela em seu blog, citando, como exceção, componentes celulares, cujo descarte é regulamentado por uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

Silvia começou a busca pelo varejo. Por meio dos serviços de atendimento ao consumidor (SACs), três grandes redes, escolhidas aleatoriamente, declararam que não recebem usados para reciclagem. Buscou sites de fabricantes. Poucos descrevem serviços de logística reversa para recolher equipamentos obsoletos. Complementou a busca com novos telefonemas. "Parece que os SACs não têm script para esse tema, ou têm respostas genéricas, nem sempre adequadas."

"Consumidores perceberam que suas decisões individuais podem forçar mudanças de empresas, e com isso, melhorar o mundo. Um exemplo é a opção por produtos que consomem menos energia para combater mudanças climáticas", avalia o especialista Aron Belinky, que se aprofunda no tema em seu mestrado na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo (FGV/SP). Simultaneamente, diz ele, vem ocorrendo um deslocamento da ação política de indivíduos para a área do consumo. "Nas últimas décadas acentuou-se o fenômeno da transferência de boa parte do poder do Estado para o que chamamos de mercado", acrescenta o especialista.

Silvia foi atrás da Philips , que lhe deu uma resposta, a seu ver, exemplar. O SAC informou que a companhia recebe equipamentos. No entanto, apenas em Manaus (AM). "Como moro em São Paulo , a atendente pediu que eu buscasse o site da prefeitura. Não achei nada. Ficou a impressão de que eles não têm programa, ou pior, aproveitam-se de iniciativas de governo."

Apesar de meritória, Silvia também considera problemática a opção de doar equipamentos a quem precisa, já que o futuro descarte caberá a quem tem menos recursos e informações para atender os requisitos da correção ambiental.

As conclusões dessa consumidora consciente coincidem com resultados de recente pesquisa o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) sobre a política de descarte de lixo eletrônico, que também avaliou os canais de acesso ao consumidor e a similaridade de padrões nos demais países de atuação das empresas. Como base, o instituto remeteu questionário formal a 20 empresas - 14% operadoras de telefonia móvel, 33% de eletroeletrônicos e 53% de informática - e fez consultas aos respectivos SACs. Dez não responderam e foram desclassificadas. Das demais, só metade foi aprovada.

No caso da Philips, uma das reprovadas, a pesquisa critica a existência de apenas um projeto-piloto no Brasil para receber recicláveis, contra avançados programas da empresa na Europa. Em resposta ao Valor, a companhia declarou que sua central de informação ao consumidor propõe aos clientes que busquem locais próprios para reciclagem, ou os postos autorizados Philips, que recebem e encaminham os usados. Também afirmou que a sustentabilidade está relacionada ao grau de educação e de consciência das pessoas. E que o avanço dessa consciência no Brasil estimulou a empresa a investir no programa Ciclo Sustentável Philips, que pretende unificar o processo em todo o país.

Também questionada por não detalhar as ações realizadas e pela falta de uma política consistente para o descarte dos equipamentos, a Positivo Informática respondeu ao Valor que tem uma área em sua fábrica em Curitiba (PR) destinada ao gerenciamento dos resíduos gerados no processo produtivo. E que seu call center, após sugerir a doação dos usados a entidades, orienta consumidores para que os encaminhem a uma de suas 400 assistências técnicas, que cuidarão da remessa a Curitiba, onde ocorre a separação de componentes e entrega a recicladores.

Igualmente reprovada pelo Idec, que apontou falta de informação sobre programas de recolhimento de usados, apesar de haver um processo de recolhimento e reciclagem terceirizado para uma fundação, a Dell relata ter o programa Reciclagem Grátis para clientes pessoa física.

Segundo Cíntia Kahler, gerente dos programas de conformidade ambiental, a empresa recolhe equipamentos e periféricos da marca nas residências, promovendo desde o desmonte até a reciclagem, com foco na reutilização. Já o programa Doe Seu Computador, resultante de uma parceria com a Fundação Pensamento Digital, recebe computadores também de outras marcas, que recondiciona e doa a entidades filantrópicas.

A coordenadora-executiva do Idec, Lisa Gunn, lamenta que a responsabilidade dos produtores pelo produto descartado ainda engatinhe no Brasil, limitando-se a ações voluntárias.

Segundo ela, o país tem leis específicas só para alguns resíduos perigosos, como pneus. Também falta, segundo ela, avançar no direito à informação, que dê instrumentos para que o consumidor exerça a escolha correta.

O caminho para a sustentabilidade é pontuado por contradições, completa Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu. Com base em pesquisa promovida pelo Akatu em 2007, ele lembra que cerca de 77% dos respondentes declararam interesse em conhecer as ações socioambientais empresariais. Mas 51% declararam que, apesar desse interesse, não têm informações sobre o tema. E menos de 30% consideraram a hipótese de punir ou puniram a empresa, com a não-compra. "O consumidor precisa perceber que cada decisão de compra pode beneficiar, ou prejudicar, a sociedade e o meio ambiente", opina.

Apesar desses dados, ele nota a ascensão de empresas que adotaram a bandeira de sustentabilidade, como o Banco Real , entre as do mercado financeiro, ou Boticário e Natura , do ramo de cosméticos. No seu entender, o sucesso de corporações que aderem a práticas sustentáveis, com uma comunicação eficiente aos consumidores, faz com que outras busquem caminhos semelhantes.
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Descendo o cursor do lado esquerdo deste blog, vc encontrará um sub-título "Categorias", com vários itens. Um deles é "lixo eletrônico": clique em cima e você terá acesso a tudo que já escrevi sobre o tema aqui, incluindo o texto citado na matéria do Valor reproduzida acima.

Além do mantra das mudanças climáticas

Abaixo um excelente documentário questionando o direcionamento que o debate sobre mudanças climáticas vem tomando. Vale a pena conferir porque ele contribui para um maior equilíbrio desta discussão. Afinal, como todos sabemos, não existe ciência neutra. Ainda mais quando um dos lados da discussão assume ares de mantra religioso.

A Grande Farsa do Aquecimento Global from interativismo on Vimeo.

Catadores de lixo em São Paulo

Final de semana chegando com frio e chuva... Nada melhor que um vídeo, não é mesmo? Então que tal aproveitar o clima para conferir o documentário abaixo, que mostra com muita delicadeza a vida dos catadores de lixo de São Paulo?

Faça um origami em protesto contra a matança de baleias

Um origami para protestar: essa é a proposta do site Send a Whale, criado pelo Greenpeace da Austrália. Nele, você é convidado a assinar uma petição virtual que será encaminhada ao governo japonês, protestando contra a matança de baleias que aquele país promove. Só que a petição on line vem acompanhada de uma atividade interativa: a criação de um origami virtual de baleia, que você customiza e põe para navegar em um mar virtual onde já estão as milhares de outras baleias criadas pelos demais internautas que aderiram à brincadeira. É muito legal: elas têm uma caixa de texto (que é onde você coloca seu nome e sua mensagem) que aparece cada vez que se aproximam uma das outras - nelas, você encontrará mensagens em todo tipo de idioma! E sempre que você entrar no site, basta digitar seu email que sua baleia aparecerá!

Não custa lembrar que para um japonês, comer carne de baleia é um traço cultural - algo como nossa feijoada. Eles têm, portanto, o legítimo direito de preservar sua cultura. Mas não colocando em risco a espécie, que é o que tem ocorrido: se não houver um embargo longo suficiente para que a população de baleias se restabeleça, cada temporada de caça representará um passo a mais em direção à extinção total da espécie.

Junte-se também a este mar virtual e proteste contra a matança de baleias! No ano passado, o Greenpeace da Austrália conseguiu coletar 131 mil assinaturas. Obviamente, eles querem elevar o número este ano - o que é muito importante, já que este ano a Europa aumentou a cota de animais que matará (por conta da crise financeira).

Mesmo com uso de ecobagas, jogaremos 27 bilhões de sacolas plásticas no lixo até 2012

Tive acesso ao texto abaixo, de autoria da FUNVERDE, Fundação Verde, sobre plásticos oxi-biodegradáveis que, com autorização deles, reproduzo aqui em virtude da enorme quantidade de informações sobre o tema. Vale a pena ler para entender melhor a questão do uso das sacolas plásticas.
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Nós da FUNVERDE, FUNDAÇÃO VERDE acordamos o país em 2005 para o problema dos plásticos quando abordamos o problema das sacolas plásticas de uso único que era e ainda continua sendo usada na maioria das cidades brasileiras. Acordamos também para o problema de resíduos sólidos urbanos.

Quando optamos pela tecnologia D2W de plásticos oxi-biodegradáveis, procuramos todos os laudos e solicitamos mais alguns aos fabricantes para podermos nos posicionar. Todos os laudos, sem exceção, falavam a mesma coisa, o plástico oxi-biodegradável é seguro para o ambiente, é menos prejudicial ao meio ambiente do que o plástico convencional e o ciclo de vida dele é infinitamente menor do que o ciclo de vida do plástico convencional. Sabemos que o ideal é a não utilização do plástico, mas a sociedade moderna não consegue mais sobreviver sem o plástico.

Agora, podemos perguntar: O que as petroquímicas e a indústria fabricante de plásticos está fazendo, desde que este material foi criado, para limpar o lixo que produzem? Nós sabemos que, infelizmente, nada.

A Basf fala de plástico biodegradável [nota: esta foi uma troca de correspondência com a Basf, mas poderia ser com Dow ou Braskem, que têm atuação idêntica]. Qual o sentido em se utilizar recursos naturais cada vez mais escassos, consumindo água limpa e terra fértil para plantar produtos para se produzir o plástico? Mais de 1 bilhão de pessoas estão passando sede e fome no planeta. Será que a Basf irá enviar sacolas biodegradáveis usadas para os famintos e sedentos saciarem sua fome e sede?

Ela [Basf] fala que só é biodegradável se se biodegradar em 6 meses. Mas espere um pouco, fazer plástico de comida para se degradar em 6 meses ou usar a nafta que é um subproduto do petróleo para fazer plástico que se biodegrada em 18 meses? Nós ficamos com a segunda opção, certamente. Os 18 meses do plástico oxi-biodegradável é bem melhor para o planeta do que os 500 anos do plástico convencional e muito melhor do que usar terra fértil e água limpa para plantar plástico.

Se nossa matriz energética é o petróleo, por que plantar plástico? Para cada barril de petróleo refinado, temos uma sobra de 7% de nafta que, se não for transformada em plástico, será queimada, aumentando a temperatura do planeta sem ter tido utilidade alguma para a humanidade.

O que precisamos diminuir urgentemente é o tempo de vida do plástico. É inadmissível você usar uma sacola plástica por meia hora e ela ficar de herança para nossos mais longínquos descendentes. É o cúmulo você comer um pão, tomar um iogurte, tomar suco, café e água em copos de plásticos em minutos, usar xampu, tomar água em garrafa pet, usar margarina e depois as embalagens ficarem por séculos como um passivo ambiental que será herdado pelos humanos que ainda nem nasceram resolverem. Isso só para citar alguns exemplos da infinidade de produtos plásticos utilizados diariamente e que ficam séculos poluindo nosso único lar, o planeta terra.

A FUNVERDE, em 2004, quando decidiu criar um projeto para desplastificar o país pesquisou por um ano uma tecnologia que imediatamente pudesse mudar nosso destino de ficar soterrados em montanhas de plásticos.

Não somos contra os plásticos, somos apenas contra o tempo de duração do plástico, somos contra o plástico que é descartado no meio ambiente, entupindo bueiros, matando animais, poluindo terra e mares pelo mundo afora.

Sabemos que tudo antes de se biodegradar tem que se degradar, então, é claro que o plástico oxi-biodegradável primeiro se quebra em pequenos pedaços para depois ser consumido por microorganismos, assim como uma laranja, um papel, uma borboleta.

A cada dia mais cidades e estados adotam a tecnologia de oxi-biodegradabilidade como uma solução imediata para os plásticos, pois contam com laudos que garantem a eficácia e segurança da tecnologia.

No estado do Paraná, o primeiro estado a obrigar a utilização de sacolas ambientalmente corretas, entre as quais as plásticas oxi-biodegradáveis, sacolas de papel não laminado ou sacola retornável, não o teria feito se não confiasse nos laudos.

A FUNVERDE apóia e difunde esta tecnologia, incentivando a criação de leis banindo as sacolas de plástico convencional e as trocando por plástico oxi-biodegradável, papel, ou retornável. Fazemos isto porque reclamar é algo que não temos mais o direito ou tempo para fazer. Antigamente reclamar de tudo dava ibope, todos gostavam de falar mal de tudo, sem ter solução para nada, mas agora chegou a hora que resolver o problema dos plásticos e de todos os resíduos sólidos, antes que não tenhamos mais tempo.

Logo que iniciamos o projeto, tínhamos uma previsão de curtíssimo prazo para podermos resolver o problema da plastificação, mas está sendo mais difícil do que pensávamos, porque tem muitos interesses quem nem conhecíamos de organizações que querem destruir toda a vida deste planeta, somente por ganância.

Vamos colocar em números?

As grandes redes Wal-mart, Carrefour e Pão de Açúcar, juntas, jogam nos lixões, fundo de vale, rios, lagos, aterros sanitários e mar do país, mais de 450 milhões de sacolas plásticas de uso único somente de boca de caixa por mês. Eles estão com o compromisso de acabar com METADE das sacolas até 2012. Se contarmos o aumento do número de consumidores, temos que estas três redes de supermercados terão jogado no país 27 bilhões de sacolas até 2012.

Você tem idéia do tamanho de uma montanha feita de 27 bilhões de sacolas plásticas? Por que citamos estas três redes? Porque ao invés de usarem as sacolas oxi-biodegradáveis e diminuir o tempo de vida útil destas sacolas, eles preferiram aumentar a espessura das sacolas em 30%? Como você pretende diminuir o lixo aumentando a espessura do lixo? É no mínimo incoerente ...

Sacolas plásticas não são recicladas, porque é necessário coletar 1.000 delas para conseguir o mesmo dinheiro que se consegue coletando 70 latas de alumínio. E para complicar este quadro, a maioria das sacolas plásticas é utilizada para acondicionar lixo doméstico, o que praticamente inviabiliza sua reciclagem devido a contaminação.

Outro problema muito comum é que estas sacolas plásticas são leves e acabam voam para todos os cantos, causando poluição, enchentes.

Esta é a embalagem ideal. Num país em que a reciclagem nem chega a 0,8%, o ideal é uma embalagem de ciclo de vida curto, para que não fiquem séculos poluindo o planeta, obrigando a criação de mais e mais áreas de aterros e lixões. Temos que aproximar o ciclo de vida da embalagem ao ciclo de vida do produto contido na embalagem.

Para se ter idéia do problema dos plásticos pelo mundo, veja abaixo alguns dados.

20% de todo resíduo sólido urbano gerado corresponde a plástico.

50% de todo o plástico corresponde às sacolas plásticas que são utilizadas somente por meia hora e depois jogadas no planeta para ficar poluindo por 500 anos.

Conforme dados oficiais do governo, somente 0,8% do lixo coletado diariamente, é reciclado no Brasil.

Sabemos que 80% de todo o plástico consumido é de uso único e é utilizado por no máximo 6 meses de depois fica 5 séculos poluindo o planeta.

Num país com 5.500 cidades, com a falta de interesse político e não se importando com o lixo, é fácil de imaginar a quantidade de cidades que fazem um programa municipal de reciclagem. A maioria joga o lixo em qualquer lixão em fundo de vale e está na hora de mudarmos o conceito das embalagens de plástico, assim estaremos diminuindo em 20% do problema do lixo e aumentando a vida útil dos lixões e aterros em 20%.

A maioria dos dos lixões e aterros estão chegando ao fim de sua vida útil, eles não tem mais espaço para colocar tanto lixo, pois falta um programa sério de compostagem e reciclagem, com multas para quem não segregar o lixo.

Com uma pequena ação, somente levando suas sacolas retornáveis para fazer compras, 10% de todo o lixo do planeta sumiria. Se depois de todos estes dados as pessoas não mudarem e deixarem de falar mal de tecnologias comprovadamente eficazes, será que merecemos este planeta?

FUNVERDE - Fundação Verde

TEIA MG

TEIA MG: este é um site de Minas, como o próprio nome indica, mas que está aberto a pessoas de qualquer estado que precisem de ajuda na promoção de seus produtos e serviços na internet. Ele reúne uma rede de prestadores de serviços em ferramentas e aplicativos da web 2.0. Seu objetivo é atender micros, pequenas e médias empresas, escolas, associações, sindicatos, departamentos governamentais e todos os participantes das comunidades locais a trabalharem seus projetos na internet. Dá para participar como "cliente", ou seja, quem precisa de um serviço na web, ou como "agente", isto é, como prestador de serviço. Além da alavancagem de negócios, o site traz ainda ferramentas de compartilhamento de conhecimento, como descritivo dos causos já realizados, grupos de discussão temáticos, agenda de eventos y otras cositas más. Vale a pena dar uma olhada!

Sugestões para um glossário de sustentabilidade

Acredite: ainda hesito quando alguém me pergunta o que é sustentabilidade. Sendo profissional da área de comunicação, isso me incomoda profundamente. De onde vem essa inabilidade de comunicar de maneira simples e clara o que é sustentabilidade, sem ter que recorrer a palavrões em inglês como stakeholder, accountability ou tripple bottom line?

Poucas coisas estão tão intrinsecamente ligadas a poder e dominação como a linguagem. Ainda crianças, somos introduzidos em seu contexto mágico nas brincadeiras de Abracadabra. Mais tarde, descobrimos como ela diferencia socialmente por meio das gírias e expressões das diferentes tribos, do sotaque regional ou do falar diferenciado entre classes sociais, como Bernard Shaw sarcasticamente nos mostra em Pigmalion, adaptado para o cinema e o teatro como My Fair Lady. A linguagem chega a justificar profissões como a dos advogados, que muitas vezes são contratados apenas para verter para o juridiquês aquilo que, em simples português, não garante nosso direito.

Por meio da linguagem, incluímos ou excluímos pessoas e grupos. Para incluir, é preciso que os conteúdos sejam compartilhados, ou seja, do conhecimento de muitos. Para excluir, basta complicar. E o Brasil tem tradição no uso da linguagem excludente como sinônimo de cultura e status social. Basta lembrar do Rui Barbosa, o Águia Haia, louvado por... falar difícil! Essa tradição maldita se instalou na classe política e entre os pseudo-intelectuais e pedantes de plantão – infelizmente, graças ao apoio e ao aplauso da massa semi-analfabeta que aprova a prática da exclusão como sinônimo de ascensão social. Ou você acha que essa tradição teria vingado se o povo jogasse tomate e ovo nos biltres que não se comunicassem direito??

Voltando à sustentabilidade: tem tanta gente grande e boa nessa área – por que a dificuldade em comunicar? A resposta-padrão é que o conceito está em construção. Ok, mas isso compromete a apresentação de um conceito final, não de um conceito simples e fácil de ser apreendido. O motivo, portanto, deve ser outro – e a partir daqui eu me calo a respeito, porque não tenho evidências que sustentem (com o perdão do trocadilho) qualquer teoria. Apenas prossigo no enfrentamento do desafio proposto, de comunicar sustentabilidade. Para tanto, dou o pontapé inicial com algumas sugestões, todas passíveis de críticas e melhoras, é óbvio:

1) Sustentabilidade = responsabilidade, ou seja, é quando levamos em conta a consequência que nossos atos têm sobre outras pessoas ou sobre o mundo e assumimos que somos parte da causa / do problema... e, portanto, temos que nos comprometer com a solução. Já está na hora de nos sentirmos envolvidos com esta questão como direito (direito ao futuro, direito à vida de nossos filhos, direito à qualidade de vida etc.) e como dever (de reduzir o consumo, de buscar formas de reciclar nosso lixo, de cobrar políticas ambientais e sociais mais sustentáveis etc. etc.).

2) Stakeholder = parte (interessada, envolvida, atingida, afetada).

3) Tripple bottom line = pessoas, ambiente, negócios.

4) Accountability = prestação de contas transparente / com transparência.

5) Engajamento = envolvimento, participação.

6) Materialidade = relevância; material = relevante.

Não quero fazer coro com o Aldo Rebelo – longe disso! O português enriqueceu-se absorvendo termos de outras línguas! – mas às vezes faz-se necessário optar pela última flor do Lácio para nos fazermos compreendidos. Por mais que soe estranho, acredite, tem gente que não sabe o que é “sale”, “off” – e as vitrines que usam estas palavras querem intencionalmente afastar quem não as conhece. Em bom português, isso se chama discriminação. Não é o que queremos para a sustentabilidade, não é verdade? Afinal, para esse troço ir para a frente, precisamos da adesão de todos, de A a Z, como diria a campanha daquele multivitamínico.

Babilônia depredada

O site arqueológico da Babilônia – sim, aquela dos Jardins Suspensos – foi consideravelmente danificado por seu uso como base militar pelo exército americano. Se seu Google Maps ainda não se localizou, estamos falando do Iraque: há milhares de ano, foi lá que floresceram as primeiras grandes civilizações que moldariam os valores do que hoje convencionamos chamar de “ocidente”. Pois foi nos locais cavado por arqueólogos a 90 km ao sul de Bagdá, já identificados e comprovados como patrimônio da humanidade que as forças de coalizão (entenda-se EUA, Inglaterra, etc.) resolveram montar suas bases durante a guerra do Iraque em 2003 e 2004. Lindo, não? Seria o mesmo que montar uma base militar ativa, ou seja, durante uma guerra, ao redor das Pirâmides, por exemplo. Ou do Coliseu.

Será que a mente brilhante que optou por esse local para a base achou que os soldados não seriam atacados ali por alguma sensibilidade histórica dos iraquianos? Se pensou isso, foi mais generosos com o inimigo do que com as próprias bases: pois os danos relatados pela UNESCO foram protagonizados pelos valorosos soldados ocidentais na forma de escavações, nivelações, cortes e arranhões que provocaram dano considerável ao que resta do Portão de Ishtar (ou Astarte), o Caminho das Procissões e outras estruturas de grande importância arqueológica. Boa parte do que restou do antigo reino de Nabucodonosor e Hamurabi ainda não foi escavada (ufa!), já que todas as ações militares no Iraque danificaram o que foi descoberto.

Escolas no marketing verde de empresas

Texto de Germano Woehl Jr *

Uma diretora de escola pública contou-me que a data que ela mais detesta é o Dia do Meio Ambiente. “As aulas são interrompidas para os alunos assistirem peças de teatro fajutas que a empresa traz de fora”, justificou, muito irritada.

O que mais me surpreendeu foi uma outra diretora revelar que os alunos de sua escola já foram obrigados a se deslocarem quase 200 quilômetros até a sede de uma empresa do “setor florestal” para um evento extremamente chato no Dia do Meio Ambiente, sendo que o fretamento dos ônibus e demais despesas da viagem teve que ser bancada pela Secretaria de Educação do município, que é muito pobre, cujo orçamento para a área de Educação, como se pode imaginar, é sempre muito minguado.

Os dois casos acima são de municípios que tiveram quase todo seu território coberto por reflorestamento de pinus e eucalipto de empresas do “setor florestal”. A indignação dos diretores e professores se justifica quando se folheia as cartilhas de “educação ambiental” que estas empresas distribuem nas escolas.

O desenho abaixo foi extraído de uma destas cartilhas, que menciona tratar-se do desenho selecionado através de um concurso promovido nas escolas no evento do dia da árvore. Reparem que já naquela época (2001) o aluno representou perfeitamente a mata ciliar de apenas cinco metros, redução que está em conformidade com o “Código Ambiental” de Santa Catarina, aprovado há poucas semanas.


Mas o desenho vencedor do concurso não foi este. É o que está na imagem no topo deste artigo e não deixa dúvidas sobre quais são os objetivos destas empresas.

Esta cartilha não foi a pior que eu vi. Tem uma outra, também de uma empresa do “setor florestal”, que conta uma história da amizade entre um menino e uma árvore. Logo no início, o menino reclama que está com muito frio e a árvore responde para ele cortar seus galhos secos e acender uma fogueira para se aquecer (para desespero dos diretores dos parques nacionais e do pessoal do previ-fogo do Ibama).

A historinha da cartilha de “educação ambiental” vai se desenvolvendo com a amiga árvore atendendo todos os desejos de consumo do menino (barco, casa, móveis…), mas sempre cedendo suas partes é claro. O curioso é que mesmo após ser derrubada e serrada, a árvore, ou melhor, suas tábuas continuam conversando com o menino. As paredes da casa conversam, bem como o casco do barco, a cama, mesa, cadeiras, carteira da escola… até os cadernos!

Estas empresas do setor florestal não são as únicas que utilizam as escolas para fazer marketing verde fortemente subsidiado com recursos públicos das prefeituras. Mas todas elas têm algo em comum: um tremendo passivo ambiental. Há casos de empresas que entram só com a idéia de projeto, daqueles bem manjados e sem nenhuma eficácia. Tudo é bancado pela prefeitura. É uma forma de parceria muito esquisita.

Os professores e diretores das escolas estão cada vez mais atentos a estas investidas das empresas e já começam a se rebelar e questionar estes abusos contra o ensino público. Eles percebem quando estão sendo usados apenas para o marketing verde de empresas. Mas são ameaçados e até demitidos, no caso de professores temporários e diretores. Conheço o caso de uma diretora de escola municipal que perdeu o cargo por este motivo.

O que deixou muitos professores perplexo no ano passado foi terem recebido uma advertência das esferas superiores de que eram obrigados a participarem do prêmio anual de uma grande empresa. Isto ocorreu logo após a primeira reunião com os representantes da empresa, quando nenhum professor compareceu. Tiveram que participar na marra.

Mas não são apenas os diretores de escolas e professores que odeiam as datas comemorativas relacionadas com o meio ambiente. Nos últimos anos não temos mais conseguido espaço nos jornais nestas datas, justamente devido a esta competição com os eventos oportunistas das empresas.

Mesmo com projetos inovadores de larga escala feitos com critérios científicos, sob a orientação de especialistas das melhores universidades do Brasil e do exterior, não conseguimos competir, por exemplo, com eventos pontuais de distribuição de mudas de espécies árvores exóticas ou o projeto de educação ambiental de outra empresa que deu um prêmio de R$ 500 para uma escola pela “criatividade” de reaproveitar o lixo, transformando uma caixa de papelão na forma de um computador, agregando tintas e outros materiais tóxicos. Ou seja, a caixa de papelão que poderia ser reciclada entregando-a limpinha para um catador agora vai para o lixo comum impregnada de produtos tóxicos. Este projeto da empresa ganhou destaque na edição estadual do maior jornal de Santa Catarina.

Quando a gente vê a edição impressa do jornal, com anúncios grandes e coloridos da empresa poluidora (com processos por vários crimes ambientais) em quase todas as páginas dá para entender tudo. Nossa esperança é a Internet, como o site O Eco.

Certa vez, ganhei um manual de comunicação para ONGs com uma dica para aproveitar bem as datas comemorativas para divulgar as ações em prol da sociedade, pois a imprensa costuma dar espaço para o trabalho desenvolvido pelas ONGs nestas datas. Acho que eles só esqueceram de alertar que no manual de comunicação do departamento de marketing das empresas também tem dicas parecidas e que elas inventam qualquer coisa, partem para o vale tudo, para ocupar este espaço.

É claro que nem todas as empresas agem assim. Temos muitos exemplos de empresas que realmente são responsáveis com o meio ambiente e que contribuem significativamente com a causa ambiental, fortalecendo as ONGs ambientalistas e também realizando projetos sérios de educação ambiental diretamente com as escolas.

Muitas empresas estão também se esforçando para melhorarem sua conduta ambiental e além de se adequarem à legislação ambiental investem recursos financeiros nos projetos das escolas e não apenas nos anúncios publicitários com utilização das prefeituras para executarem as “idéias”.
Aos poucos estamos construindo uma sociedade mais ética, cada vez mais crítica e consciente dos problemas ambientais. A geração que está vindo aí será bem melhor do que a nossa e certamente não vai aceitar mais o marketing verde enganoso de empresas e tampouco os meios de comunicação que propagam isso. E quem não mudar já tem data para fechar.

* O catarinense Germano Woehl Jr é doutor em física pela Unicamp, Pesquisador Titular do Instituto de Estudos Avançados, em São José dos Campos (SP) e nas horas vagas se dedica na defesa da Mata Atlântica através do Instituto Rã-bugio. Texto originalmente publicado no site O Eco, reproduzido no blog Sustentabilidade, mantido pela jornalista Andrea Vialli, e no site Mercado Ético.

Irã: protestos continuam na "calada" da noite

Impossibilitados de dar continuidade às manifestações por causa da repressão policial, os iranianos se manifestam à noite de uma forma inusitada: cantando. E colocando os vídeos na internet.

O site http://www.mightierthan.com/2009/07/rooftop/ reúne uma coletânea deles. O legal é que eles têm filmetes de antes das eleições, de forma que é possível comparar como o tom e o volume das vozes mudaram depois do pleito. Também é possível conferir imagens dos dias, ooops, noites de manifestação. Vale a pena conferir - e divulgar para os amigos!

No Irã, a sociedade está fazendo valer o espírito democrático da internet e seu real papel como canal livre para a manifestação das pessoas. Nunca houve nada parecido antes!

Pessoas já podem participar do mercado voluntário de créditos de carbono

Que motivo levaria você a tentar de verdade a redução das emissões de CO2 em sua vida? Seria por uma questão questão moral - uma obrigação que temos com a humanidade ou o planeta? Ou pela economia no orçamento doméstico no final do mês? Se este último argumento o sensibiliza mais, relaxe: você não está sozinho. E mais: além de economizar, agora você pode ganhar com a redução das emissões de CO2.

Com a entrada no mercado do site MyEex, o mercado de créditos de carbono não está mais restrito ao mundo empresarial. Nele, é possível estabelecer a média histórica de emissões a partir da qual são estabelecidas metas de redução. Para atingi-las, o internauta conta com dicas, blogs e a interação com outros participantes. O site certifica as reduções alcançadas e as comercializa no mercado voluntário de carbono, repassando via PayPal o valor obtido na transação ao feliz e ecológico indivíduo que conseguiu reduzir suas emissões. Naturalmente, uma comissão de corretagem é deduzida, mas ainda assim vale a pena tentar. Como os pagamentos são feitos vai PayPal, o serviço está disponível para consumidores de todo o mundo.

E aí, animou-se a reduzir suas emissões?

WWF Brasil: é possível expandir a produção agrícola sem desmatar

Estudo do WWF-Brasil mostra que é possível aumentar significativamente a área agrícola no país respeitando-se o Código Florestal e sem desmatar a Amazônia e o Cerrado desde que haja uma política efetiva de incentivo à conversão de pastagens degradadas em áreas agrícolas. Porém, se tudo continuar como hoje, deve haver desmatamento no Cerrado de aproximadamente 10 milhões de hectares nos próximos 10 anos para a produção de grãos e cana-de-açúcar.

O documento intitulado "Impacto do mercado mundial de biocombustíveis na expansão da agricultura brasileira e suas consequências para as mudanças climáticas" relaciona o crescimento de demanda por biocombustíveis com a expansão agrícola no Brasil, quantificando a área e apontando as regiões de expansão. Em estados como Maranhão e Piauí poderá haver redução de cerca de 30% na cobertura vegetal nativa. As áreas a serem desmatadas projetadas pelo estudo podem ser ainda maiores se o Código Florestal não for cumprido. Mesmo que se expanda o plantio dessas matérias-primas cumprindo com o Código Florestal vigente, haverá perda de biodiversidade e emissão de gases de efeito estufa.

A solução, segundo o WWF-Brasil, é expandir o cultivo de biocombustíveis apenas em áreas de pastagens degradadas e aumentar a produtividade nas áreas já estabelecidas. Os números do estudo afirmam que há aproximadamente 200 milhões de hectares de pastagens no Brasil, sendo que 30% dessas terras estariam degradadas. A área agrícola total atual brasileira é de cerca de 70 milhões de hectares. Portanto, somente com a recuperação das pastagens degradas para uso agrícola seria possível dobrar a área da agricultura nacional.

Não aumentar o desmatamento é fundamental quando o assunto é mudanças climáticas, pois a derrubada e a queimada de florestas correspondem a 75% das emissões brasileiras de gases de efeito estufa. Por causa do desmatamento, o Brasil é hoje o quarto maior emissor do planeta.

Sustentabilidade = responsabilidade legal no mercado de investimentos

Em parceria com a Iniciativa Financeira do Programa de Meio Ambiente da ONU (UNEP-FI), um grupo de mais de 200 gestores de fundos que controla US$ 2 trilhões em ativos em todo o mundo acaba de lançar o relatório “Fiduciary Responsibility: Legal and Practical Aspects of Integrating Environmental, Social and Governance Issues into Institutional Investment”. O documento de 120 páginas explica porque investimentos verdes não podem mais ser vistos como opção ou como luxo: eles já são uma responsabilidade legal pois, segundo os autores, se os consultores de investimentos não incorporarem aspectos ambientais, sociais e de governança em seus serviços, eles já podem enfrentar riscos reais de processos jurídicos por negligência.

Trata-se claramente de uma tentativa de criar melhores mecanismos de governança, atendendo à demanda da sociedade e dos governos em função da recente crise financeira. O relatório também dá continuidade a iniciativas como os Princípios do Equador e os Princípios para Investimentos Responsáveis, promovido por entidade homônima ligada ao sistema ONU, que reúne 600 instituições que controlam US$ 18 trilhões em ativos. Nesse sentido, o documento enfatiza que o papel dos investidores institucionais (fundos de pensão, companhias de seguros, fundos soberanos e fundos mútuos) têm na transição para uma economia eficiente no uso de recursos e com baixa emissão de carbono.

Nas palavras do diretor geral da UNEP, Achim Steiner, “os temas ambientais, sociais e de governança não são periféricos e devem fazer parte do processo regular de tomada de decisão de todos os agentes do mercado de investimentos”.

Sem dúvida, o papel dos agentes financeiros é crucial para o andamento da economia. A escolha sobre o que deve ou não ser financiado molda nossas opções de consumo, nossa matriz energética, nossos modais de transporte. Porém, não vamos esquecer que a lógica desse profissional é lucro porque é o que nós, investidores que colocamos o dinheiro no banco, queremos. Ao destacar o aspecto legal que pode afetar os indivíduos envolvidos nas transações (ou seja, processo e cadeia), o setor financeiro pode até refrear um pouco a busca por lucro a qualquer custo. Mas se nós, investidores, continuarmos fechando os olhos para as fontes do lucro de nossos investimentos – sejam eles fundos, poupança ou aposentadoria – e se continuarmos a exigir a rentabilidade sem preocupação de onde ela vem, as finanças nunca serão sustentáveis. Ou seja, se você não pensar no aquecimento global quando as ações da Petrobrás derem rentabilidade de 40% a.a. - e se você não tiver coragem de recusar esta lucratividade e contentar-se com outra opção, talvez menos rentável, porém mais sustentável – nada vai mudar. Depois, não adianta jogar pedra no Lehman Brothers, ok?

ONG Brasil Eco Planetário procura coordenadores para campanha de plantio de árvores no Estado de São Paulo

A ONG Brasil Eco Planetário está articulando núcleos de pessoas em todos os municípios paulistas para a realização do projeto Plantio Estadual de Árvores. Trata-se de uma ação simultânea e descentralizada de plantio de árvores agendada para 20 de setembro, às 11h00, em comemoração ao dia da árvore, 21/09.

Para viabilizar o projeto, a ONG está organizando uma equipe de coordenação com 645 pessoas: cada pessoa coordenará um Município, utilizando emails, telefonemas e fax. Caso lhe interesse participar desta iniciativa como coordenador local da campanhia, entre em contato com helioamorim@uol.com.br tel: 11 99701819 ; 11 31584671.

Cada núcleo definirá quantas mudas de árvores poderá plantar, providenciará as mudas e o local do plantio. A mobilização para viabilizar esta iniciativa já teve início: uma carta aberta já foi encaminhada a todas as prefeituras e câmaras municipais paulistas e 21 delas já responderam afirmativamente, assim como 10 câmaras municipais. Dois vereadores fizeram moção de apoio ao projeto. No município de São Paulo, o projeto conta com o apoio da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, que providenciará mudas para quem participar do evento.

ONU lança campanha de empoderamento da mulher para o Dia Mundial da População

Hoje é Dia da Pizza. Amanhã, é o Dia Mundial da População, criado pela ONU como marco para refletirmos sobre o tema. A cada ano, a data é usada para promover o lançamento de uma campanha sobre algum aspecto crítico para a questão populacional. Este ano, o foco é o investimento em mulheres e meninas - um assunto que não podemos deixar acabar em pizza. Afinal, independente do país ou do nível social, ainda somos discriminadas por gênero. Essa é a explicação para o fato de que mulheres e crianças constituem a maioria dos pobres no mundo. E isso independente da atual crise financeira – que deve piorar ainda mais a situação. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, enquanto o desemprego entre homens deve ficar entre 6,1% e 7,0%, no caso das mulheres esses percentuais sobem para 6,5% a 7,4% - sendo que, como a própria entidade ressalta, vários “empregos” destinados a mulheres não oferecem condições de segurança ou sequer remuneração. O empobrecimento da mulher leva a maiores riscos de saúde, especialmente se estão grávidas, ampliando o risco social e os posteriores custos de inclusão.

No entanto, o investimento em mulheres e crianças é um dos que oferece maior retorno para a sociedade, segundo o Fundo das Nações Unidas para População (UNFPA): são elas que mais investem em educação, saúde e cuidado com crianças com a receita que recebem de seu trabalho. Além disso, têm participação extremamente relevante na economia de alguns países: elas já são mais da metade da força de trabalho da agricultura mundial, por exemplo. Na África, são responsáveis por 80% das colheitas. Na Ásia, por 90% do cultivo de arroz.

Promover políticas de controle de natalidade e assegurar o direito à educação são investimentos que geram retorno quatro vezes maiores aos países, na forma de economia nos gastos com saúde e serviços sociais. No longo prazo, o retorno pode ser oito vezes maior, segundo a UNFPA. O filme abaixo exemplifica bem esse raciocínio.




Aliás, ontem, assistindo Caminho das índias, vi uma cena na qual uma das personagens do núcleo indiano recusava-se a casar, pois queria ser independente. Espero que pelo menos na ficção ela tenha um final feliz de verdade, ou seja, ser livre para fazer o que quer. O patético happy end tradicional das novelas, que nada mais é que a reprodução de um modelo forjado nos romances de cavalaria da Idade Média, apenas contribui para reforçar papéis sociais desiguais.

Veja abaixo outros filmes da campanha da UNFPA:


Mais textos sobre direitos da mulher: veja o marcador "Direitos Humanos", do lado esquerdo deste blog.

Pacto Global lança Fórum de Soluções em Direitos Humanos


O Pacto Global acaba de lançar um site para engajamento das empresas na discussão dos impactos da defesa dos direitos humanos no mundo empresarial. Denominado Fórum de Soluções em Direitos Humanos, ele tem por objetivo ampliar o entendimento global dos temas relacionados com direitos humanos e identificar soluções práticas para os dilemas enfrentados no cotidiano de quem está implantando uma gestão sustentável.

Como a proposta se baseia na participação direta e efetiva das empresas, o site foi desenvolvido de forma muito amigável. Ele contém uma ampla relação de temas relacionados com direitos humanos, que vai de discriminação e remuneração até acesso à água, segurança pessoal e liberdade de expressão. Em cada um, é possível encontrar uma breve descrição e um guia que mostra como o tema está relacionado com o mundo empresarial e de que forma pode afetá-lo. Isso facilita a identificação da existência ou não de dilemas relacionados com direitos humanos na empresa, a qual pode então compartilhar suas informações pelo site.
Serão abertos para discussão os itens de maior materialidade, ou seja, os mais reportados pelas empresas que acessarem o site. Como ele acabou de ser lançado, essa etapa ainda não começou.
A iniciativa foi concebida dentro do melhor espírito de engajamento de participação de stakeholders. Por isso, deve resultar em retratos bastante próximos da realidade vivida pelas empresas. Com a vantagem de não se tratar apenas de diagnóstico, mas de troca efetiva de conhecimento e busca por soluções concretas.

Questões relacionadas com direitos humanos estão na base da maioria dos desafios enfrentados pelas empresas que optaram pela sustentabilidade em sua gestão. Por trás de qualquer indicador GRI existe um ou outro direito do ser humano que precisa ser assegurado. Mesmo em assuntos de meio ambiente ou de finanças, a base são pessoas: é para elas que produzimos, geramos receita e tentamos melhorar nossos indicadores ambientais. As empresas foram feitas por pessoas e para as pessoas: é disso que o Pacto Global está falando!

Lêmures

Quando era criança, li uma história, que provavelmente é ficção, sobre o suicídio dos lêmures. Dizia o conto que de tempos em tempos, quando há superpopulação, os líderes saem em desabalada corrida até um despenhadeiro, de onde se jogam. O grupo segue seus líderes e também se suicida. Sobram uns poucos porque mesmo entre os lêmures há rebeldes - são eles que dão prosseguimento à espécie.

Lembrei-me dessa fábula hoje ao ler que os líderes do G8 reunidos em Áquila, na Itália, estão tentando empurrar para 2050 o prazo para redução nas emissões dos gases que provocam o efeito estufa. Obviamente que acenam com uma meta aparentemente arrojada - 80% - criando a ilusão de que esta alternativa é viável. Bom, ela não é por três motivos:

1) Quanto mais demoramos para iniciar a redução nas emissões de CO2, mais se aprofundam as mudanças climáticas - maiores os prejuízos sociais e econômicos, por exemplo. Note que não estou falando de números. Estou falando de pessoas que sofrem ao ter suas casas invadidas pela água da chuva ou varrida por tufões. Estou falando de gente que planta e não colhe. De gente que sofre com problemas de saúde que são agravados pela mudança climática. De refugiados que precisarão deixar suas terras para procurar outro lugar para fazer a vida. E todo o esforço para criar metas de redução de CO2 é justamente para evitar isso! Ou alguém ainda acha que estamos salvando a Terra?? Gente, Vênus está a 400 graus e não explodiu!!! O planeta não está em risco - é a vida sobre o planeta, incluindo a nossa, que está!

2) Quanto mais demorarmos, mais perto chegaremos do "point of no return", ou ponto de ruptura em português. Traduzindo: é quando medidas de contenção já não têm efeito. Algo semelhante a usar camisinha depois que se está grávida. O ponto de ruptura da floresta amazônica, por exemplo, é daqui a 4 anos, se nada for feito - a partir daí, não adiantará começar algo porque ela entrará em processo de colapso. Na prática, isso se traduz pela extinção de espécies animais e vegetais. Em outras palavras, pelo gradativo fim da vida na Terra. Uma hora, a nossa espécie entra em extinção, já que dependemos de todas as outras para viver. Simples assim. Nossos líderes-lêmures estão nos levando para o abismo.

3) Por fim, 2050 é tão longe de nossa realidade que dificilmente essa meta levará algum país ou empresa a fazer algo no sentido de minimizar a redução de CO2. Ou seja, terminado o prazo de 2012, do Protocolo de Kyoto, o assunto vai ser engavetado. E coitado de quem estiver vivo em 2045, quando começarem a tocar no assunto de novo... Detalhe: em um desconcertante exercício de franqueza, o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, já falou que a Rússia não cumprirá a meta em 2050...

Sem um plano claro, com etapas definidas, que comece JÁ, não conseguiremos reduzir nada nem agora nem em 2050. Salvo se houver alguma superhipermega guerra nuclear, o planeta provavelmente continuará inteiro até essa data e depois dela.

Já os seres que vivem nele...

Publicidade: ONGs ainda são responsáveis pelos melhores anúncios

A ONG suíça Act Responsible propõe-se a reunir as melhores campanhas sobre meio ambiente produzidas em todo o mundo. Várias empresas, inclusive brasileiras, já enviaram seu material para lá. Mas ao consultar os arquivos deles, o que fica evidente é que são as ONGs que ganham de dez a zero o jogo da publicidade ambiental, com gols de placa em criatividade e pertinência da mensagem. Confira abaixo alguns exemplos.










Cresce uso de energia solar

Nunca o uso de energia solar cresceu tanto como em 2008, segundo o WorldWatch Institute: a potência instalada saltou de 9.000 MW em 2007, para cerca de 15.000 MW no ano passado. As instalações de energia solar fotovoltaica, que geram eletricidade e calor diretamente da luz solar, foram de 5,6 mil MW no ano passado – o dobro dos 2,4 mil instalados em 2007.

A Europa continua a ser o principal mercado para a energia solar, representando mais de 80% do mercado mundial. No velho continente, a Espanha ultrapassou a Alemanha na liderança desse segmento, com 2,6 mil MW em 2008 – um crescimento de 364% sobre o ano anterior e quase metade de todas as novas instalações feitas no ano passado. A Alemanha, em segundo lugar, acrescentou 1,5 mil MW de energia solar a sua matriz em 2008. Num distante terceiro lugar vem os Estados Unidos, com 348 MW. Por consequência, a participação da Europa no mercado mundial de energia solar é de 65%, contra 15% dos EUA e 8% do Japão.

O que fez a diferença, no caso de Espanha e Alemanha, foi o apoio do governo na forma de programas de recompra da energia solar excedente pelas distribuidoras de energia a taxas atraentes e por meio de contratos de longo prazo. Como este incentivo tem data para acabar, os investidores estão correndo para entrar no mercado enquanto o lucro é garantido. A Alemanha, que tem um mercado mais maduro, já se encontra na curva de declínio de preço em direção a uma paridade com o custo das demais fontes de energia – porém, para o investidor, a tarifa Premium assegurou o retorno

A forte demanda de mercado impulsionou as vendas de células solares: a produção mundial atingiu 6.940 MW, em comparação com 3715 MW em 2007, um aumento de 87%. Quem lidera este segmento é a indústria fotovoltaica chinesa. Se somarmos a produção de Taiwan, são 39% da produção mundial de células. Em 2007, eram apenas 7% - o que comprova o quanto os chineses estão apostando no potencial econômico das energias limpas. Enquanto isso, a tecnologia de concentração de energia solar (CSP) mediante o uso de espelhos está se expandindo em muitas regiões do mundo de grande incidência solar. A CSP tem visto considerável desenvolvimento nos Estados Unidos, com mais de 350 MW na Califórnia, instalados entre meados da década de 1980 e início da década de 1990, e também na região do Mediterrâneo..

Para este ano, prevê-se uma queda de 19%, resultante da crise econômica mundial que começou a afetar o mercado mundial de energia solar já na segunda metade de 2008. Alguns grandes players estão reduzindo sua participação ou deixando o setor, como é o caso da Shell.

Cães e gatos: não compre, adote. E não abandone!

Demorou, mas finalmente a Prefeitura de São Paulo uniu forças com ONGs para enfrentar o problema do abandono de cães e gatos na cidade. Para isso, ela lançou um site simples e amigável para facilitar a adoção. Nele, é possível selecionar os animais disponíveis por sexo, porte, idade e até tamanho do pelo. Todos os bichos são vacinados, castrados e com o RGA (Registro Geral Animal). O interessado na adoção paga apenas uma taxa de R$ 14,60. Nesse mesmo site, donos de animais que fugiram podem anunciá-los e pessoas que encontrarem cães ou gatos perdidos nas ruas podem cadastrá-los (incluindo fotos) para que eles também façam parte das buscas dos internautas.

Outra ferramenta interessante do site é o teste on-line para que o visitante descubra se está preparado para cuidar de um bicho de estimação. Vídeos com depoimentos de técnicos do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e de gente que já adotou animais de estimação também poderão ser vistos pelos internautas. A página traz ainda dicas para quem quer adotar um animal, material didático para crianças e professores e notícias e informações sobre o CCZ. Também está disponível o calendário com as ações que a Covisa (Coordenação de Vigilância em Saúde) realiza durante o ano, assim como os endereços dos postos onde é possível vacinar os cães e gatos.

A questão do abandono de animais é séria: infelizmente, não há estatísticas consolidadas, mas basta um olhar atento às ruas e dificilmente você ficará um dia sem ver um animal abandonado. O gatilho do abandono pode ser financeiro ou a dificuldade de lidar com o bichinho, mas a causa é uma só: vê-lo como objeto e não como ser vivo. É justamente este o viés reforçado pela campanha publicitária da Prefeitura:


E quando for comprar ração para seu cachorro, não se esqueça: quem doa para associações de animais abandonados é a Pedigree, patrocinadora de uma das campanhas mais emocionantes sobre o tema:


Aviv Comunicação patrocina Noturno Cadeirante

A Aviv Comunicação é uma das patrocinadoras do espetáculo Noturno Cadeirante, em cartaz de 3 a 26 de julho no Teatro Dias Gomes, em São Paulo. Escrito e dirigido por Oswaldo Montenegro, Noturno estreou em 1991 e foi adaptado para um elenco de cadeirantes em 2003, sob direção de Deto Montenegro.

Este patrocínio é o primeiro passo para que a Aviv Comunicação atue de forma coerente com os pilares da sustentabilidade, tema no qual é especializada. E a escolha da peça deu-se justamente para lembrar que sustentabilidade não é só meio ambiente, mas também inclusão e respeito às diferenças: ela é um excelente exemplo de como é possível incluir pessoas com necessidades especiais em todos os aspectos da vida social. Ao ver cadeirantes como protagonistas no palco, percebe-se imediatamente que essa integração é fundamental para uma sociedade justa e sustentável.

Fundada este ano, a Aviv Comunicação é uma especializada em temas relacionados com sustentabilidade. Entre seus desafios está a disseminação de que o conceito de sustentabilidade não se restringe a temas ambientais.

Sobre o espetáculo – Noturno Cadeirante tem como tema os vários aspectos da noite paulistana, apresentados através de um revezamento cênico-cinematográfico, onde o espaço físico do teatro é utilizado por menestréis que, deslizando em cadeiras de rodas, surpreendem a platéia ao realizarem coreografias e cenas com música ao vivo e convidados especiais.

Serviço - Noturno Cadeirante
Dias 3, 5, 18, 19, 25 e 26 de julho
  • Sextas e Sábados - 21 h / Domingos – 20 h

  • Teatro Dias Gomes - Rua Domingos de Morais, 348 - Vila Mariana

  • Informações: 5575.7472 /mailto:informacoes@oficinadosmenestreis.com.br%20
  • Riscos e vantagens das sacolas de plástico biodegradável

    As sacolas plásticas parecem estar com os dias contados. Redução em seu consumo foi registrada na China e na União Européia. Espera-se o mesmo no Brasil, que atualmente consome 12 bilhões de sacolas plásticas por ano, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), já que grandes varejistas, como WalMart, Pão de Açúcar e Açaí estão promovendo ações de incentivo ao uso de sacolas retornáveis.

    Na Europa, onde esse movimento começou primeiro, já houve a reação dos fabricantes das sacolas plásticas, que estão perdendo mercado: a oferta de sacolas em plástico biodegradável. Elas já foram adotadas pelas grandes redes de varejo, como a inglesa Tesco, para atender os clientes que não levam suas próprias sacolas. Obviamente, o marketing dos fabricantes apela para o fato de que elas se decompõem – e aposta na tendência do consumidor voltar ao conforto do produto descartável.

    Por isso, a Associação Européia de Recicladores de Plástico lançou um alerta. Porque se houver a ilusão de que o plástico biodegradável pode manter a prática de uso e descarte das sacolas tal como ocorre hoje, ele pode fazer mais mal do que bem ao ambiente. Primeiro, por manter o volume de lixo. Segundo, porque para se tornar biodegradável, esse novo plástico contém metais pesados, como chumbo – em doses minúsculas, individualmente, mas que podem causar um problema ambiental sério, se em uso massivo. A entidade advertiu que esta nova matéria-prima precisa ser bem administrada – tanto em sua quantidade, como em sua destinação. Em um aterro, com baixo índice de sol e oxigênio, esse plástico não se degrada. Com o frio, o processo de decomposição se atrasa. Com muita umidade, ele pára.

    Um outro aspecto a ser considerado é a quantidade de petróleo e energia necessários para se fazer uma sacola... para que ela se destrua?? Ou seja, a reutilização das sacolas continua sendo a melhor solução do ponto de vista econômico e ambiental. O biodegradável é apenas a segunda melhor opção – e válida somente para situações nas quais a reutilização não é possível, o que exclui todas as sacolas de supermercados.

    Depois do Empire State, é a vez da Sears Tower ficar verde

    A Sears Tower , o prédio mais alto dos EUA, com 442 metros e 108 andares, deve se tornar mais sustentável daqui a cinco anos. Um projeto de US$ 350 milhões prevê uma economia de 80% na energia e de 24 milhões de galões de água em relação ao consumo atual.

    Painéis solares serão instalados para prover a energia necessária ao aquecimento da água (o prédio fica em Chicago: faz frio prá xuxu lá!). Diferentes tipos de turbinas de vento contribuirão para a geração de energia. E entre 2.787 e 3.250 metros quadrados de telhados verdes serão plantados para ajudar a regular a temperatura interna do prédio. A reforma inclui ainda adaptações nas 16 mil janelas para que elas também contribuam com a economia de energia, além de sistemas automáticos de iluminação e, sim, a substituição dos equipamentos do banheiro para reduzir o consumo de água. O objetivo é obter a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), do Green Building Council.

    A reformulação da Sears Tower gerará 3,6 mil empregos. Durante a obra, um centro de ensino sobre construção sustentável será instalado no térreo para disseminar o conceito ao público que circula no prédio.
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